terça-feira, 8 de março de 2011

It's all about that

Ela vivia atormentada com o dia em que o fim chegaria. Nos últimos tempos era apenas isso que a consumia. Não pensava em mais nada, apenas na hipótese remota de ocorrer a ruptura. Amava-o demais e esse era o seu grande problema. Às vezes, sentia que o amava mais do que a si mesma e, sem ele seria impossível continuar a viver.
Chegou o dia em que faziam um mês. Ela acordou deslumbrante, como se tivesse aprendido a viver de novo. Levantou-se e o dia estava mais belo do que o habitual. Correu para o seu transmissor de emoções - o seu telemóvel. Era habitual ter em cada dia, a tal mensagem. Contudo, nesse dia foi diferente: Nenhuma mensagem recebida...
O telemóvel caiu-lhe das mãos e um rio começou a correr pela sua face. O primeiro pensamento foi que ele se tinha esquecido, pela primeira vez. Ela não sabia que pensar, decidiu esquecer o assunto e foi refrescar as ideias, quentes no momento presente.
Não arranjava explicação para tal facto, mas começou a pensar que tinha razão e as suas desconfianças tinham fundamento. Sentiu-se uma idiota e perdeu-se nos seus pensamentos. Decidiu agir, depois de um longo tempo de reflexão. Vestiu-se o mais depressa que pode e correu a apanhar o primeiro autocarro que apareceu. Quando deu por si, estava à porta do lugar, onde morava o seu paraíso. Parou, olhou, mas não sabia o que fazer, porque tinha a certeza que as palavras não iriam sair. Achou que o melhor era agir naturalmente, como se nada fosse e esperar palavras, respostas às suas tormentas.
Tocou, esperou. Ele abriu, finalmente. Agiu naturalmente, mas logo percebeu que algo não estava bem. Correu a acolher o seu amor e convidou-a a entrar. Ela entrou e ele percebeu (finalmente) o que tinha feito de errado. Correu a abraçá-la e a dar-lhe as explicações mais credíveis do mundo, as quais ela aceitou sem qualquer hesitação, pois afinal o amor é assim: cega qualquer um.
O que ela não sabia era que, agora que ele sabia os seus receios, nunca mais nada seria igual. E para ele, brincar com os sentimentos dela seria o jogo mais divertido, de sempre.


"A maior cobardia do homem é despertar o amor de uma mulher, sem ter intenções de a amar."

3 comentários:

  1. "A maior cobardia do homem é despertar o amor de uma mulher, sem ter intenções de a amar." acho que esta frase é o resumo de todo o texto, asério. Mas conhecendo-te bem, está aqui uma mistura da realidade com o imaginário, mas no fundo disseste tudo amiga :)
    Adorei! Lindo! @

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  2. Uau, este texto, e principalmente o final, está perfeito ;) *

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  3. Quantos não brincam com os nossos sentimentos, é tudo o que pretendem e a única coisa que podemos fazer é sermos superiores a eles.
    Obrigada :)

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